Palestras geram debate envolvedor sobre laços parentais no "Papo de Família" em Vila Velha
As palestras sobre os laços parentais com o fim da vida conjugal realizada nesta quarta (30), em Vila Velha, gerou um grande envolvimento entre os participantes que ocuparam todos os lugares do auditório. O evento que faz parte do programa “Papo de Família” da Comissão de Direito de Família da OAB-ES marcou a noite com um amplo e produtivo debate com a presença da secreta-geral adjunta da Seccional, Érica Neves.
Para tratar do tema foram convidadas a conselheira federal da OAB-ES e presidente da Comissão Nacional de Direito, Flávia Brandão, e a psicóloga Especialista em Terapia Familiar, Adriana Muller.
Sobre as questões jurídicas envolvendo o assunto, a advogada Flávia Brandão explicou acerca da diferença entre conjugalidade e vínculo conjungal que, segundo ela, são duas figuras que em primeiro momento vivem juntas.
“A conjugalidade diz respeito a construção pessoal, ao afeto, a tornar o casal um só, ou seja, você conjuga as expectativas de vida. Diferente do vínculo conjugal, porque é o que gera direitos, obrigações, respeito mútuo, mas que gera outras formas de condução, não é a condução das pessoas, pelo contrário, é a condução de onde será que vai dar essas pessoas. Esse é o vínculo que no divórcio se encerra”, frisou. 
Flávia explicou ainda que “quando o cliente chega ao escritório já existe um rompimento do vínculo conjugal que pode gerar uma consequência maior caso a família tenha filhos, pois esses cônjuges passam a ser apenas pai e mãe e neste momento nasce a relação de parentalidade, que é literalmente a função paterna e materna. É neste momento que se essa relação nao for masura e respeitosa, rompe também a parentalidade tudo que vem e nós advogados temos que cuidar dessas questões com muita cautela.”
Tratando do lado emocional sobre o tema, a psicóloga Adriana Muller afirmou que é preciso deixar claro ao casal em processo de separação que eles nunca deixarão de ser pai e mãe e que a forma como lidam com o divórcio pode causar dor à criança. “Quando os filhos ficam em um cabo de guerra, como mostrou a drª Flávia, é uma situação muito dolorosa. Por isso, é bom que o advogado use a palavra para ajudar nesse momento. ” 
“Na conjugalidade vamos construir juntos, na parentalidade vamos construir para nossos filhos, vínculos conjugais acabam, já vínculo parental não termina nunca”, enfatizou.
Para o presidente da Subseção de Vila Velha, Ricardo Holzmeister, foi um prazer receber o evento na cidade. “É sempre bom poder capacitar os advogados de vila Velha, em especial na área de família e trazendo pessoas da maior capacidade para falar. No campo de família a psicologia caminha junto com o direito, então foi um casamento feliz. ”
A advogada que participou do evento, Luciana Cordeiro de Lemos, considerou as palestras muito produtivas. “Essa interdisciplinaridade entre o direito e a psicologia é muito importante e acho que deveria também ser trabalhada dentro do Judiciário. A morosidade do sistema causa ainda mais dor aos pais e crianças. Mas palestras como esta são excelentes para enriquecer nosso conhecimento sobre como lidar com tudo isso. ”
O presidente da Comissão de Direito de Família da OAB-ES, José Eduardo Coelho, afirmou que para a Comissão foi um momento muito especial. “Esperamos percorrer com o Papo de Família por todas as Subseções. Esse programa é dos mais importantes da nossa Comissão porque proporciona a interação entre profissionais já consagrados e os advogados que estão chegando na área de família. É uma grande e enriquecedora troca de experiências. Além disso, buscamos trazer outros ramos do conhecimento que nos auxiliam nas lidas de direito de família. ”

