Advogados apresentam sugestões sobre piso salarial da classe



Os advogados que participaram da última Audiência Pública sobre a fixação de um piso salarial para a classe contribuíram com sugestões e exposições favoráveis e contrárias à proposta. A audiência foi realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES), nesta quarta-feira (01). “Os conflitos são naturais, já que os interesses são adversos. Aqueles que contratam querem reduzir o valor do piso e aqueles que serão contratados querem aumentar. Já imaginávamos que isso fosse acontecer. Mas, no geral, conseguimos reunir boas ideias que não tinham sido objetos de discussão anteriormente e serão levadas em consideração”, afirmou Leonardo Negrelly, membro da Comissão de Negociação do Piso Salarial constituída pela OAB-ES.

Leonardo Negrelly ressaltou: “Nós tentamos chegar a um equilíbrio no valor proposto para garantir a dignidade aos advogados que são contratados e também garantir uma capacidade de pagamento aos escritórios. Não podemos penalizá-los por uma realidade de mercado que existe.”

O coordenador da Comissão e conselheiro seccional, Giulio Cesare Imbroisi, explicou que "a ideia é legitimar a proposta no sentido de ouvir todos os envolvidos neste processo. Os valores estão de acordo com a jornada de trabalho, o índice mínimo de reajuste, a vigência e algumas definições de aplicabilidade na concepção de advogado empregado e advogado associado."

A Comissão Estadual de Advogados em Início de Carreira (CEAIC) tem atuado pela melhoria das condições de trabalho dos advogados. Além de fomentar o debate sobre o piso, também foi responsável por apresentar ao Conselho Seccional uma Tabela de Diligências, iniciativa essa que agora é referência para todas as Seccionais do país.

Para a advogada em início de carreira Jocilene Brandão, os jovens advogados gostariam de ser remunerados de acordo com a importância da profissão. “Nós queremos um piso digno para não chegarmos a um escritório e nos depararmos com a oferta de um salário mínimo, como já aconteceu. Muitos jovens que conseguem ingressar na faculdade, muitas vezes com auxílio de programas do governo, depositam no curso de direito grandes expectativas, e quando chegam ao mercado de trabalho se deparam com uma realidade desanimadora”, enfatizou a advogada.

Para formatar o texto final da proposta, a OAB-ES realizou audiências também em Cachoeiro, São Mateus, Guarapari, Colatina e Linhares.

Após a realização das audiências a Comissão vai se reunir novamente para elaborar o texto final, que será encaminhado ao Conselho Seccional e, posteriormente, ao governador Paulo Hartung, que já firmou compromisso de enviar projeto de lei à Assembleia Legislativa, atendendo desta forma, um antigo anseio da advocacia capixaba.

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